A União apontou novos candidatos para a eleição ao conselho de administração da Petrobras na Assembleia Geral Ordinária (AGO) marcada para 16 de abril. Nesta quinta-feira (13), a estatal divulgou a lista de indicados pelo governo. A relação inclui oito nomes, sendo cinco que fazem parte do atual colegiado e três nomes novos.
Vitor Saback, atual secretário de geologia, mineração e transformação mineral do Ministério de Minas e Energia (MME), ocupava uma vaga no conselho da Petrobras e não teve o nome incluído na lista. No lugar dele, entra José Fernando Coura, que foi presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) entre 2012 e 2017.
O Valor apurou que Saback teria sido convidado para atuar em uma das companhias do sistema Petrobras, mas que ainda não teria respondido ao convite. Procurado, Saback não respondeu. Coura não quis comentar. MME e Petrobras também não falaram.
Além de Coura, o governo indicou para o conselho cinco atuais integrantes do colegiado: Pietro Mendes, que preside o “board” da petroleira; Magda Chambriard, presidente da estatal; Renato Galuppo; Rafael Dubeux; e Bruno Moretti. A União também apontou os nomes de Benjamin Rabello Filho e Ivanyra Correia, que foram indicados ano passado mas não fora m eleitos.
O conselho de administração da Petrobras é formado por 11 integrantes. A União, que controla a empresa, tem indicado oito nomes nas últimas assembleias, mas conseguiu eleger somente seis, uma vez que acionistas minoritários vêm garantindo duas cadeiras no colegiado. Outras duas vagas são preenchidas por conselheiros eleitos em voto em separado do controlador. Esses lugares não estarão em disputa na AGO de abril e são ocupados por Francisco Petros e Jerônimo Antunes. Também há uma vaga reservada para o representante dos empregados da companhia, Rosangela Buzanelli, que não passará por nova eleição agora.
As oito vagas em disputa envolvem integrantes que foram eleitos, ano passado, pelo sistema de voto múltiplo. Por essa modalidade, os acionistas votam individualmente nos candidatos. Havendo vacância de um dos eleitos, é necessário convocar nova eleição.
Em 20 de fevereiro deste ano, o conselheiro Marcelo Gasparino, um dos representante dos minoritários, anunciou que renunciaria. A saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras, em maio de 2024, já havia levantado dúvidas sobre a necessidade de se convocar uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) para fazer nova eleição. Prates também havia sido eleito pelo voto múltiplo. A companhia decidiu à época da saída de Prates que os membros do conselho deveriam ser reafirmados semente na AGO de 2025.
Pietro Mendes, indicado pela União para permanecer na presidência do colegiado, pode não ficar por muito tempo. O conselheiro, que também é secretário de petróleo, gás natural e biocombustíveis do MME, foi indicado pelo governo para uma diretoria da Agência Nacional do Petróleo e Gás (ANP) e aguarda a sabatina no Senado, sem data marcada.
Os indicados pelo governo vão concorrer com nomes enviados por acionistas minoritários: José João (Juca) Abdalla Filho, atual membro do conselho, Aloisio Macário Ferreira de Souza, especialista em governança e conselheiro de administração da Cemig; e Thales Kroth de Souza, que se autoindicou. Juca Abdalla e Macário são indicados pelo fundo de investimentos Dinâmica Energia, administrado pelo Banco Clássico, fundado por Abdalla.