A crise que atinge o Agrogalaxy, empresa de insumos agrícolas que entrou com pedido de recuperação judicial na última quarta-feira, acertou em cheio os Fundos de Investimentos nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagros) com exposição aos Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) emitidos pela companhia.
São 11 fundos do agronegócio com parte do patrimônio líquido investido nos CRAs inadimplentes do Agrogalaxy, dos quais seis são negociados em bolsa e outros cinco no mercado balcão.
Entre os Fiagros listados na B3, o XPCA11, gerido pela XP, possui 8,20% do patrimônio líquido (PL) exposto ao título de dívida da companhia do setor agrícola. No fechamento de ontem, as cotas do fundo desvalorizaram 8,06%, negociadas a R$ 7,99. No saldo parcial da semana, as perdas são de 9,10%.
O JGPX11, Fiagro sob gestão da JGP, também detém uma fatia relevante de 8,0% do patrimônio líquido concentrado nos CRAs do AgroGalaxy. O fundo registrou o segundo maior recuo entre os ativos afetados pela crise da empresa. No fim dos negócios de ontem, caiu 6,11%, a R$ 75,43, acumulando expressiva queda de 11,77% na semana.
Ainda entre os Fiagros negociados em bolsa, o CPTR11, da Capitânia, tem 7,0% do patrimônio líquido investido em CRAs da companhia. Com uma participação menor no portfólio, o fundo registrou queda de 5,16% ontem, negociado a R$ 7,72. Na semana, a variação é negativa em 8,75%.
Outros Fiagros listados com exposição aos títulos de dívida do Agrogalaxy são o AGRX11, BBGO11 e o AAZQ11. Todos encerraram a sessão de ontem no negativo, com perdas de 4,58%, 2,85% e 1,53%, respectivamente.
No início da semana, o Agrogalaxy deixou de pagar uma dívida de R$ 70 milhões referente a um CRA de R$ 500 milhões emitido pela companhia há dois anos com vencimento em 2027.
Por conta do calote, a Vert Securitizadora, securitizadora do CRA emitido pelo Agrogalaxy, declarou o vencimento antecipado automático de todas as obrigações decorrentes da emissão.
Pouco depois de o calote se tornar público, a companhia emitiu um fato relevante, na quarta-feira, para comunicar a renúncia do até então presidente da empresa no Brasil, Axel Labourt, e de outros membros de conselhos, totalizando seis saídas ao todo.
No início da semana, o Agrogalaxy deixou de pagar uma dívida de R$ 70 milhões referente a um CRA de R$ 500 milhões emitido pela companhia há dois anos com vencimento em 2027.
Por conta do calote, a Vert Securitizadora, securitizadora do CRA emitido pelo Agrogalaxy, declarou o vencimento antecipado automático de todas as obrigações decorrentes da emissão.
Pouco depois de o calote se tornar público, a companhia emitiu um fato relevante, na quarta-feira, para comunicar a renúncia do até então presidente da empresa no Brasil, Axel Labourt, e de outros membros de conselhos, totalizando seis saídas ao todo.
No mesmo dia, a empresa divulgou um novo fato relevante para anunciar o pedido de recuperação judicial. A medida foi aprovada em caráter de urgência pelo Conselho de Administração do Agrogalaxy.
A inadimplência e o pedido de recuperação judicial da companhia acontecem dentro de um contexto desafiador para o agronegócio do Brasil. Conforme explicam analistas, além da queda no preço de algumas commodities agrícolas, como a soja e o milho, houve, no ano passado, um aumento no estoque de insumos como fertilizantes e defensivos.
No entanto, a maior oferta não foi acompanhada pela demanda, que seguiu enfraquecida por parte dos produtores de grãos. Consequentemente, os preços dos fertilizantes caíram, deteriorando a saúde financeira das empresas de insumos agrícolas e comprimindo as margens de revendedoras como o Agrogalaxy.