• O Escritório
    • Sobre
    • Memorial GAA Jaú
    • Pro Bono
    • Startup
    • Contato
  • O que fazemos
    • Áreas de atuação
    • Profissionais
    • Canal de Denúncias
    • Newsletter
    • Eventos
  • Conteúdos
    • Notícias
    • Destaques
    • Ebooks
    • Na Mídia
  • Seja um dos nossos
    • Vagas
Menu
Gomes Altimari Advogados
PT EN CN
#Cassiano Rodrigues  #Destaques  #Direito Digital  #Maria Carla Rodrigues

Tribunal Regional do Trabalho condena empregador que coletou dados pessoais sensíveis em desconformidade com a LGPD, revertendo demissão por justa causa aplicada a colaborador.

11 de abril de 2022

A 1ª Turma do TRT da 24ª Região confirmou, no dia 30 de março de 2022, a sentença prolatada pelo juiz de direito da 1ª Vara do Trabalho da Comarca de Dourados/MS, que entendeu por reverter a demissão por justa causa aplicada ao colaborador em razão da detecção de álcool em seu sangue (dados pessoais sensíveis) durante jornada de trabalho por meio da utilização de etilômetro (bafômetro).

Em breve síntese, o acórdão reverteu a demissão por justa causa de empregado que, após exame de bafômetro realizado pelo empregador, teve encontrada em seu corpo a quantidade de álcool de 0,078 mg por litro de ar. A decisão considerou a quantidade de álcool ínfima, não havendo embriaguez, o que afastou a justa causa, e, condenou ainda, o empregador em danos morais pelo tratamento inadequado dos dados pessoais do empregado, conforme a seguir explorado.

A concentração de bebida alcoólica no sangue do empregado foi reconhecida pelo magistrado a quo como dado pessoal sensível, por ser informação relacionada à saúde de pessoa física identificada, ao passo que, a coleta desse dado pessoal sensível deveria observar as disposições e obrigações contidas na Lei Geral de Proteção de Dados –LGPD (Lei nº 13.709/18), o que não ocorreu.

Ao se realizar tratamento de dados pessoais sensíveis, como no caso, é necessária atenção e cautela redobrada por parte do agente de tratamento (empregador), sendo possível a coleta de tal informação apenas se estritamente necessário para se alcançar a finalidade pretendida, bem como alicerçada em uma das hipóteses autorizativas de tratamento dispostas no Art. 11 da LGPD.

Quando da coleta dos dados sensíveis através do bafômetro, não fora informado ao empregado “o por quê” dessa aferição, desrespeitando assim o princípio da Finalidade disposto no Art. 6º, inciso I, da LGPD. Ainda, foi vislumbrada pelo magistrado, a violação ao princípio da Necessidade (Art. 6º, inciso III, da LGPD) por não se mostrar estritamente necessária a coleta da concentração de álcool no sangue do colaborador, visto que esse exerce a função de auxiliar de carga e descarga e, assim, suas atribuições não colocam em risco a própria saúde ou de terceiros, como é no caso de motoristas profissionais (Art. 168, §6º da CLT).

Pelo mesmo fato tem-se a inexistência de coleta do consentimento do empregado para a realização do teste de bafômetro (Art. 11, I da LGPD), base legal que deve ser observada de primeiro plano, pois é considerada como regra para o tratamento de dados pessoais sensíveis.

Outrossim, a coleta da concentração de álcool no sangue do colaborador não se enquadra como essencial para cumprimento de obrigação legal ou regulatória (Art. 11, inciso II, alínea a, da LGPD), nem mesmo para o exercício regular de direitos em contratos, processo judicial, administrativo ou arbitral (Art. 11, inciso II, alínea d, da LGPD), haja vista a quantidade de álcool encontrada (0,078 mg por litro de ar) ser ínfima e o mesmo não apresentar quaisquer sinais de embriaguez, como consta dos autos.

E, por fim, a coleta dos dados sensíveis do empregado não se amolda à hipótese autorizativa de proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiros (Art. 11, inciso II, alínea e, da LGPD), pelo fato de a atividade exercida pelo colaborador não expor a riscos a vida de qualquer pessoa.

Desta feita, deixou o magistrado da 1ª Vara do Trabalho de Dourados/MS estabelecido que, com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados o empregador apenas poderá submeter o empregado ao exame etílico sem o seu consentimento se (i) “tratar-se de motorista profissional (artigo 168, § 6º, da CLT) ou de trabalhador que, caso exerça sua atividade embriagado, coloque em risco a própria saúde ou de terceiros, em razão do princípio da necessidade (artigo 6º, III, e artigo 11, II, da Lei 13709/2018)”; (ii) “ele for informado explicitamente sobre qual é a finalidade da realização do exame (artigo 6º, I, da Lei 13709/2018)”; ou (iii) “nos casos do artigo 11 da Lei 13709/2018, requisitos esses […] que devem ser observados cumulativamente.”.

Depreende-se, então, que o julgado é importante precedente não só para ser observado na ocorrência de demissões por justa causa em decorrência de embriaguez do empregado, mas também nas situações em que for necessária a coleta de dados pessoais sensíveis de colaboradores em respeito e cumprimento às normas estampadas na Lei Geral de Proteção de Dados e na Consolidação das Leis do Trabalho.

Este material foi elaborado para fins de informação e debate, não podendo ser considerado uma opinião legal para qualquer operação ou negócio específico.

RORSum nº 0024177-39.2021.5.24.0021

Cassiano Rodrigues (cassiano@gomesaltimari.com.br)

Maria Carla Rodrigues (maria.rodrigues@gomesaltimari.com.br)

Últimas Publicações

Justiça Federal anula registro de desenho industrial de modelo clássico da Grendene
INPI atualiza Tabela de Retribuições: entenda os impactos e como se preparar para as novas taxas a partir de agosto de 2025
Banco não precisa indenizar por golpe aplicado em site falso, diz STJ

Fale Conosco

*Em respeito à lei e à sua segurança, protegemos seus dados pessoais. Acesse nossa Política de Privacidade.
Artigos Relacionados
Justiça Federal anula registro de desenho industrial de modelo clássico da Grendene
INPI atualiza Tabela de Retribuições: entenda os impactos e como se preparar para as novas taxas a partir de agosto de 2025
ANPD dá prioridade à regulação de decisões automatizadas por IA
Adiamento da NR-1: nova data traz alívio, mas também muitos desafios para as empresas
Contato

Marília

R. Pernambuco, 1032 – Banzato
17515-120

  • +55 (14) 3433-5931

São Paulo

Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, 105 – 6°andar - conj. 609 - Ed. Thera Office, Brooklin
04571-010

  • +55 (11) 3253-1502

Jaú

R. Tenente Navarro, 59 – Chácara Braz Miraglia
17210-010

  • +55 (14) 3626-5283

Maringá

Av. Carneiro Leão, 563 - conj. 1602 - Zona 01
87014-010

  • +55 (44) 3025-0350
Gomes Altimari Advogados
gaa@gomesaltimari.com.br
Desenvolvido por Mustache
Política de privacidade, acesse aqui.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência aos nossos visitantes. Ao continuar utilizando o site, você concorda e está ciente do uso. Acesse nossa página de política de privacidade   clicando aqui   e saiba mais.
Aceito
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Sempre ativado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
CookieDuraçãoDescrição
cookielawinfo-checkbox-analytics11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional11 monthsThe cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy11 monthsThe cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytics
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Others
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
SALVAR E ACEITAR