• O Escritório
    • Sobre
    • Memorial GAA Jaú
    • Pro Bono
    • Startup
    • Contato
  • O que fazemos
    • Áreas de atuação
    • Profissionais
    • Canal de Denúncias
    • Newsletter
    • Eventos
  • Conteúdos
    • Notícias
    • Destaques
    • Ebooks
    • Na Mídia
  • Seja um dos nossos
    • Vagas
Menu
Gomes Altimari Advogados
PT EN CN
#Direito Civil  #Notícias

Juiz do Rio de Janeiro extingue dívida milionária de herdeiro da Caloi

9 de novembro de 2020

Não é possível perdoar devedores solidários e, ao mesmo tempo, manter a cobrança com relação aos codevedores. O entendimento é do juiz Paulo Roberto Correa, da 8ª Vara Cível do Rio de Janeiro. O magistrado extinguiu uma dívida de R$ 41 milhões contraída por Fabio Caloi, filho de Bruno Caloi, ex-dono da maior fabricante brasileira de bicicletas.

Fabio nasceu em 1979, fruto de um relacionamento que o pai teve fora do casamento. A paternidade só foi reconhecida em 2017, 11 anos depois da morte de Bruno. Ao chegar na família, Fabio não recebeu nenhuma herança, mas adquiriu, sozinho, uma dívida de R$ 41 milhões.

A cobrança foi direcionada a ele pouco depois de seus cinco irmãos fecharem um acordo com o executivo Edson Vaz Musa, que comprou a Caloi em 1999. No pacto, Musa perdoou uma dívida dos demais herdeiros de Bruno, mas repassou a cobrança a Fabio.

Ao decidir pela extinção da dívida, o juiz fluminense citou o artigo 844, parágrafo 3º, do Código de Processo Civil. Segundo o dispositivo, quando há transação por parte de um dos devedores solidários, a dívida se extingue também com relação aos codevedores.

Isso ocorre porque nesse tipo de passivo, cada devedor solidário responde, individualmente, por toda a dívida. Desta forma, se um deles é perdoado, a medida deve valer para os demais executados.

“A homologação do acordo celebrado entre a parte demandante e demandados extingue a dívida em relação aos demais devedores, haja vista a responsabilidade solidária entre eles”, afirma a decisão.

Novela

O caso concreto é uma verdadeira novela. A história toda começou em 1998, quando Bruno tomou um empréstimo vultoso do BNDES em troca da emissão de aproximadamente 16 mil debêntures (títulos de dívida) transferidos ao banco.

Em 1999, a fabricante de bicicletas foi comprada por Musa. Na ocasião, ficou decidido que o novo dono venderia um terreno da Caloi localizado na marginal Pinheiros, em São Paulo, e passaria uma porcentagem do valor aos cinco filhos de Bruno. O imóvel, avaliado em cerca de R$ 50 milhões, foi vendido por apenas R$ 6,5 milhões. À época, a família ainda não sabia da existência de Fabio.

A dívida com o BNDES não parou de aumentar. Com isso, Musa acertou com o banco uma cessão de créditos, assumindo o passivo, e começou a cobrar o valor dos herdeiros de Bruno. Os filhos do antigo dono da Caloi, por outro lado, passaram a contestar o valor da venda do terreno em São Paulo e tentaram anular a operação.

Para dar fim às disputas, as duas partes chegaram a um acordo em 2017: os cinco herdeiros encerraram o processo do terreno e, em troca, Musa perdoou a dívida referente ao BNDES.

A medida não foi estendida a Fabio. Segundo o acordo, “os herdeiros obtiveram por meio de composição amigável, a extinção total da dívida objeto desta execução […] prosseguindo a ação em face do executado Fabio”.

O valor foi repassado ao recém-chegado membro da família no mesmo ano em que houve o reconhecimento da paternidade. O mais humilde entre os irmãos, Fabio recebe cerca de R$ 1,5 mil por mês. Do valor, dois terços são direcionados ao pagamento da pensão de sua filha.

Cobrança ilegal

A defesa de Fabio é feita pelos advogados Cristiano Zanin, Valeska Martins, Maria de Lourdes Lopes, Rodrigo Garcia Ferreira Avila, Bruno Sales Biscuola e William Gabriel Waclawovsky.

Além do artigo 844 do CPC, os advogados argumentaram no processo que os artigos 1.792 e 1.997 do Código Civil estabelecem que herdeiros não podem responder por encargos superiores ao valor da herança recebida. Como Fabio nunca ganhou nenhum centavo, dizem, é totalmente descabido proceder com uma execução de R$ 41 milhões.

“O executado não pode ser obrigado a pagar esta ou qualquer dívida do espólio, na medida em que nada lhe foi transmitido após a morte de Bruno Caloi”, afirma a defesa.

À ConJur, Zanin comemorou a decisão que extinguiu a dívida. “A determinação faz justiça, porque Fabio estava sendo cobrado ilegalmente por uma dívida do seu falecido pai mesmo não tendo recebido até hoje qualquer valor a título de herança. O perdão da dívida em relação aos irmãos de Fabio reforçou a impossibilidade dele continuar figurando na execução”, afirmou.

Outros processos

De modo semelhante, foi repassada a Fabio uma dívida de cerca de R$ 340 milhões, também com relação às cobranças das debêntures. Esse caso ainda aguarda decisão e corre na 30ª Vara Cível do Rio de Janeiro.

Por fim, os advogados pedem que Fabio receba a herança a que tem direito. O caso tramita em segredo de justiça em São Paulo. A família argumenta que Bruno não deixou nada. A defesa do sexto herdeiro, no entanto, não aceita a tese.

Segundo a revista Piauí, um acordo de cerca de R$ 300 mil chegou a ser oferecido a Fabio para que ele encerrasse as negociações. No entanto, o valor foi recusado, levando em conta que só o terreno da Caloi em São Paulo vale R$ 50 milhões.

A defesa, ainda de acordo com a Piauí, também desconfia que houve ocultação de patrimônio, já que as parcelas da venda da Caloi, em 1999, foram depositadas em uma conta offshore. Além disso, os advogados suspeitam do encolhimento da fabricante, levando em conta que um laudo apontou que a empresa valia R$ 70 milhões em 2007. Um ano depois, a soma foi rebaixada para R$ 17 milhões. Em 2009, valia R$ 3 milhões.

0047240-80.2020.8.19.0001

Fonte: Conjur. Acesso em: 04/11/2020.

Últimas Publicações

Justiça Federal anula registro de desenho industrial de modelo clássico da Grendene
INPI atualiza Tabela de Retribuições: entenda os impactos e como se preparar para as novas taxas a partir de agosto de 2025
Banco não precisa indenizar por golpe aplicado em site falso, diz STJ

Fale Conosco

*Em respeito à lei e à sua segurança, protegemos seus dados pessoais. Acesse nossa Política de Privacidade.
Artigos Relacionados
Banco não precisa indenizar por golpe aplicado em site falso, diz STJ
Condomínio e construtora indenizarão criança por acidente em escada de piscina
Juíza de MT aceita pedido de recuperação judicial do Grupo Safras
Troca equivocada de termos não compromete validade da petição inicial
Contato

Marília

R. Pernambuco, 1032 – Banzato
17515-120

  • +55 (14) 3433-5931

São Paulo

Av. Engenheiro Luís Carlos Berrini, 105 – 6°andar - conj. 609 - Ed. Thera Office, Brooklin
04571-010

  • +55 (11) 3253-1502

Jaú

R. Tenente Navarro, 59 – Chácara Braz Miraglia
17210-010

  • +55 (14) 3626-5283

Maringá

Av. Carneiro Leão, 563 - conj. 1602 - Zona 01
87014-010

  • +55 (44) 3025-0350
Gomes Altimari Advogados
gaa@gomesaltimari.com.br
Desenvolvido por Mustache
Política de privacidade, acesse aqui.
Utilizamos cookies para oferecer uma melhor experiência aos nossos visitantes. Ao continuar utilizando o site, você concorda e está ciente do uso. Acesse nossa página de política de privacidade   clicando aqui   e saiba mais.
Aceito
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Sempre ativado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
CookieDuraçãoDescrição
cookielawinfo-checkbox-analytics11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional11 monthsThe cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy11 monthsThe cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytics
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Others
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
SALVAR E ACEITAR