As operadoras de planos de saúde viram seu prejuízo operacional aumentar 54,8% para R$ 1,6 bilhão, no primeiro trimestre quando comparado ao mesmo período de 2022. Mesmo considerando os ganhos financeiros, a última linha do balanço traz um resultado ruim. O lucro líquido caiu 41% para R$ 620,5 milhões, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
A receita somou R$ 73 bilhões, alta de 12,3%. No entanto, as despesas subiram 13,4% para R$ 72,6 bilhões — valor quase semelhante ao do faturamento.
“O principal aspecto que explica o desempenho nas operadoras médico-hospitalares do setor continua sendo a sinistralidade, que fechou o trimestre em 87,2% (cerca de 1,2 ponto percentual acima daquela apurada no 1º trimestre de 2022). Tal resultado foi fortemente impulsionado por algumas das maiores operadoras do país e ilustra que mais de 87% das receitas advindas das mensalidades são ‘consumidas’ com as despesas assistenciais”, informa a ANS, em nota.
A agência reguladora ainda destaca que a sinistralidade nos primeiros trimestres de 2018 e 2019 não superava 82% e que a atual alta no indicador tem relação com a dificuldade das grandes operadoras em recompor receita. “Os altos patamares pós-covid podem ser explicados mais em razão da lenta recomposição das receitas dos planos – principalmente das grandes operadoras – do que pela variação das despesas assistenciais pelo aumento da utilização dos serviços de saúde. Sobre este aspecto, cabe ressaltar que neste trimestre foi observada reversão dessa tendência, com a receita (ajustada pela inflação do período observado) subindo mais que a despesa assistencial (também ajustada pela inflação).”
Já o mercado de operadoras de planos odontológicos apurou um lucro líquido de R$ 202 milhões, queda de 5% sobre o mesmo trimestre. O lucro operacional caiu 2,8% para R$ 242 milhões. A receita subiu 15% para R$ 1 bilhão.
Considerando todo o setor de saúde (operadoras de planos de saúde e dental e administradoras de benefícios), houve um prejuízo operacional de R$ 1,2 bilhão, o dobro do registrado no primeiro trimestre de 2022. O lucro líquido do setor teve queda de 30,8% para R$ 986 milhões.
Fonte: VALOR ECONÔMICO