Oitenta e cinco porcento dos 170 presidentes e diretores de empresas ouvidos pela Data Makers para uma pesquisa de percepção de líderes de negócios sobre ESG disseram que zelar pela imagem da companhia é a principal motivação para adotar práticas ESG (sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança corporativa). Em segundo lugar vem a reputação corporativa, com 65% dos respondentes respondendo que a levam em consideração. Melhora de gestão da empresa (59%), redução de riscos (pressão de stakeholders; 38%) e retenção de talentos (35%), vêm só depois.
No relatório, a empresa aponta que esse tipo de comportamento dos executivos demonstra que o tema da sustentabilidade em geral e ESG em especial ainda estão pouco maduros nas companhias. E não parece ser uma questão de tamanho da empresa nem de setor, já que Os executivos ouvidos são de empresas de diferentes portes (47% são médias e grandes e 53% pequenas e micro) e nem de setor de atuação – foram ouvidas pessoas de comunicação, serviços, tecnologia, varejo, construção, vestuário, entre outros.
A pesquisa, feita em parceria com a CDN, Celint, Page Executive e Mundo do Marketing, traz ainda que, quando olham a grama do vizinho, os executivos acreditam que a atuação de sua empresa em práticas ESG está acompanhando a média do mercado. Mas, os CEOs tendem a avaliar melhor suas companhias. Mais da metade dos CEOs responderam que sua performance é superior, enquanto a média de todos os participantes foi de 27%.
Quando perguntado às pessoas sobre a qualidade de desempenho ESG de suas companhias, são os profissionais do C-Level que destoam da média: 86% acreditam que suas empresas fazem um trabalho excelente, enquanto, na média, esse percentual é de só 8%.
Chama ainda a atenção que há uma diferença bem significativa entre os níveis de importância que os executivos acreditam que as temáticas socioambientais e de governança têm e seu conhecimento real sobre esses tópicos. Cerca de 92% dos entrevistados disseram que o tema é “extremamente importante” ou “muito importante” para o futuro de suas empresas, mas apenas 16% dos entrevistados declararam conhecer o ESG em profundidade – 71% disseram ter uma noção razoável sobre ESG.
Há uma percepção latente, entre os entrevistados, que é necessário dar mais atenção a essas temáticas – 68% veem o assunto como algo subestimado pelos empresários. Para a Data Makers, há barreiras importantes para a implementação das práticas ESG hoje no Brasil. A principal é o conhecimento, citada por metade dos respondentes. Nesse tópico, eles também apontam a ausência de profissionais capacitados. Outro importante obstáculo é o imediatismo na busca por resultados de negócios, prioridade apontada por 48% das pessoas. “A falta de prioridade para o tema e o não comprometimento da liderança completam e confirmam a importância de um apoio top-down para alavancar a ESG nas organizações”, aponta o relatório divulgado em evento nesta quarta-feira (12). Foi apontado ainda a falta de dados, indicadores (KPIs) e benchmarks para medir a atuação da companhia.
Fonte: VALOR ECONÔMICO