O sucesso das empresas no atendimento às crescentes exigências de responsabilidade socioambiental, aceleradas pela pandemia, depende substancialmente do comprometimento e competência de sua gestão na adoção de boas práticas. Assim, a terceira letra da sigla ESG (Environmental, Social and Governance/Meio Ambiente, Social e Governança Corporativa) é decisiva e estratégica para o êxito de políticas nessa área.
A transformação das organizações deve pautar-se na percepção de seus gestores de que elas são partes integrantes de um grande ecossistema. As mudanças serão mais eficazes se as consideramos uma jornada a ser iniciada e construída de maneira conjunta com todos os stakeholders. O primeiro passo é os executivos e membros do conselho de administração adotarem ESG como régua no monitoramento da execução das estratégias de negócios.
Quando os gestores passam a se pautar por esses preceitos, o processo é aceito e compartilhado por toda a organização e contribui para sensibilizar também a cadeia de valores na qual ela está inserida. Ademais, considerando que ESG suscita um novo olhar perante o ser humano e o mundo, sua adoção é inviável sem que se observem os princípios básicos de governança corporativa, cuja adequada adoção resulta em ganhos éticos e morais e num clima de confiança interna e nas relações com terceiros: Transparência; Equidade; Prestação de Contas (accountability); e Responsabilidade Corporativa.
No presente cenário de forte demanda da sociedade, investidores, consumidores e demais públicos de relacionamento, a adoção de bons propósitos, condução ética e geração de valor já não são mais uma opção. Para além de modismos e da imagem de negócios sustentável, os princípios de ESG são uma pauta estratégica de criação de valor em longo prazo. Trata-se de um processo congruente com a agenda de riscos e oportunidades, de inovação e de acesso a novos mercados. Por isso, constitui uma postura estratégica para os conselhos de administração e executivos.
Para viabilizar um excelente desempenho perante as mudanças externas e a intensificação das pressões competitivas, os líderes devem ser capazes de adaptar suas organizações para novos resultados e metas, incluindo, como parâmetro, os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas. Cabe lembrar que o prazo para a implementação desses preceitos expira daqui a oito anos, ou seja, em 2030, e que o universo corporativo é fundamental para o êxito da humanidade nessa jornada.
O foco, mais do que nunca, transcende à meta do lucro, passando a incluir o bem-estar humano e a qualidade ambiental como propósitos basilares dos negócios. Tal avanço conceitual é absolutamente relevante no cenário das atuais transformações, que são mais profundas do que as anteriormente apresentadas às empresas, não só porque requerem excelência operacional e resultados econômico-financeiros rápidos, mas principalmente por implicarem responsabilidade e dedicação com relação às pessoas e ao planeta.
Fonte: https://www.ibgc.org.br/blog/governanca-objetivos-sustentaveis-onu. Acesso em: 05/05/2022.