A pandemia impôs uma mudança repentina e prolongada na forma de trabalho em escala global e embora ingressar na modalidade virtual possa ter melhorado a cultura corporativa e a produtividade de algumas organizações, a pesquisa publicada no Portal do Conhecimento do IBGC mostra que a maioria dos funcionários deixaria seu empregador atual se não obtivessem a flexibilidade que desejam. Além disso, mesmo com avanço da vacinação, os conselhos precisam desafiar as visões tradicionais de trabalho e apoiar modelos de trabalho flexíveis para atender às expectativas de todas as partes interessadas.
Esses dados são da pesquisa “EY 2021 Work Reimagined Employee Survey”, desenvolvida pela Ernst&Young que ouviu mais de 16 mil funcionários, em 16 países, representando 23 setores. Cerca de 48% dos entrevistados acreditam que a cultura de sua empresa mudou e melhorou desde o início da pandemia. Além disso, 65% concordam que o modelo híbrido que alia trabalho no escritório e trabalho remoto aumentará a produtividade e criatividade da empresa. No entanto, 9 a cada 10 funcionários desejam ter flexibilidade de tempo e lugar para trabalhar.
O olhar para o tema da flexibilidade
A pesquisa mostra que a flexibilidade oferece oportunidades estratégicas, mas junto com ela, chegam os desafios regulatórios e legislativos que estão aumentando e criando riscos que precisam ser tratados. Os empregadores, por exemplo, precisam considerar os regulamentos e leis nacionais aplicáveis a trabalhadores remotos transfronteiriços. Por isso, “os conselhos desempenharão um papel importante para ajudar a administração a desafiar seus próprios preconceitos e visões tradicionais de trabalho e abraçar um ambiente de trabalho flexível para atender às expectativas em constante mudança de modo a obter desempenho, eficiência e vantagens competitivas ideais na busca de talentos”, descreve o documento.
Momento de fazer novas perguntas
À medida que a vacinação contra Covid-19 avança no mundo todo e a retomada para o escritório volta a ser uma realidade, a pesquisa propõe que os conselheiros desafiem suas visões e experiências tradicionais de trabalho. O estudo ressalta que a cultura corporativa continua a ser uma parte essencial da execução da estratégia a longo prazo. Além de enfatizar que a integração, o networking e a colaboração de funcionários são momentos importantes para transmitir e reforçar a cultura de uma empresa, mas esses momentos pessoais tornaram-se abruptamente virtuais para a maioria das empresas, levantando preocupações sobre o impacto na cultura. Desta forma, o documento sugere que os boards façam 10 perguntas a princípio. São elas:
1. Qual é o papel do escritório no ambiente de trabalho de hoje?
2. Como novas formas de trabalhar podem acelerar a estratégia da empresa?
3. Como estão a cultura da empresa e as formas de trabalhar, atraindo e retendo talentos à medida que as expectativas dos funcionários evoluem? 4. Como a empresa está usando ferramentas e tecnologia de colaboração para aprimorar a experiência do funcionário e apoiar a cultura desejada? 5. Como a empresa está aproveitando a liquidez de talentos no ambiente de trabalho em qualquer lugar? E como o conselho está monitorando os desenvolvimentos legislativos e regulatórios relacionados à localização da força de trabalho dos funcionários?
6. Que métricas o conselho está revisando em torno da satisfação e das contribuições dos funcionários?
7. Como a empresa está renovando sua visão de produtividade?
8. Como a empresa mudou sua abordagem em relação ao bem-estar físico, financeiro e mental dos funcionários? Quais são os impactos de longo prazo na experiência do funcionário?
9. Como estão mudando os sistemas formais e informais de incentivo, reconhecimento e recompensa?
10. A administração mudou a frequência de medir a saúde da cultura da empresa e os níveis de envolvimento dos funcionários? Quais indicadores de alerta precoce sinalizariam um problema?.
Fonte: IBGC. Acesso em: 03/09/2021.